Avaliação - Mercedes-Benz CLC 200 Kompressor 2009

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Mensagem por Classe A Seg 26 Out 2009 - 17:56



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Único ‘nacional’ da marca, o cupê CLC é montado em Minas Gerais

O cupê de luxo CLC, lançado em março passado no Brasil, tem uma história inusitada. Montado desde janeiro de 2008 na fábrica da Mercedes-Benz em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, o esportivo foi oferecido de início apenas no mercado europeu. Na época, uma das explicações para a não-oferta do modelo por aqui era de que o esquema de produção em CKD (completely knocked down) deixaria o CLC caro para os ‘padrões brasileiros’. Em palavras miúdas, o veículo é totalmente importado da Europa e apenas montado no Brasil, sem componentes locais.

De fato, o cupê médio não é dos automóveis mais acessíveis. O preço inicial de R$ 128.650 da versão 200 Kompressor deixa o CLC restrito à minoria abastada da população. Mas o que fez com que o esportivo demorasse pouco mais de um ano para chegar às revendas brasileiras da Mercedes foi basicamente uma questão de prioridade. Para a marca da estrela de três pontas, o mercado europeu é o principal centro comercial. Lá estão as vendas fortes da fábrica. Por isso, nada mais plausível que apresentar o lançamento primeiro aos consumidores do velho continente.

Os números de vendas também comprovam a tese. De março a setembro, a montadora emplacou no Brasil 652 unidades do seu ‘cupê de entrada’ – média mensal de 93 vendas. Diante dos 16 mil carros produzidos por ano na fábrica mineira, o volume de negócios no Brasil corresponde a apenas 4% do total entregue. Por outro lado, o CLC tem sua importância no país. O modelo já é o terceiro Mercedes-Benz mais vendido em terras brasileiras, atrás apenas da minivan Classe B e do sedã médio Classe C – atual ‘best-seller’. A boa fase motivou inclusive a oferta da versão Kompressor Sport, no início de outubro.

Arquitetura antiga desenho novo = preço competitivo

O desempenho interessante do CLC nas vendas está diretamente ligado ao preço competitivo do modelo em seu segmento. Os R$ 128.650 pedidos pela Mercedes deixam o cupê de luxo emparelhado com o Audi A3 Sportback 2.0 TFSI S-Tronic, vendido por R$ 128.797, e com o Volvo C30 T5 2.5, que sai por R$ 127.900. O valor é ainda pouco acima do preço do BMW Série 120i automático, tabelado em R$ 119.800. Só que o Série 1 tem carroceria hatch com cinco portas e motor 2.0 aspirado de 156 cv, enquanto o bloco 1.8 litro do CLC entrega 184 cv sobrealimentado por um compressor mecânico.

Mas o que permitiu o custo atraente do esportivo foi uma ‘receita’ para lá de conhecida – e sistematicamente utilizada – pelas montadoras generalistas instaladas no País. A partir de um modelo antigo, constrói-se um carro esteticamente novo. Por debaixo do desenho atual, inspirado no novo Classe C, o cupê de luxo mantém a estrutura em monobloco da antiga geração do sedã médio, que servia de base para o antecessor Classe C Sports Coupé, lançado em 2001. Para quem vê o veículo por fora, no entanto, é quase impossível perceber semelhanças entre o cupê antigo e o novo.

A Mercedes aplicou no CLC o mesmo desenho frontal da versão Avantgarde da nova geração do Classe C, caracterizada principalmente pela grade dianteira com a estrela de três pontas encorpada ao centro. Nas laterais, a estrutura das portas é idêntica à do Sports Coupé, assim como o caimento acentuado do teto e a linha de cintura ascendente. A traseira também manteve bastante do visual antigo, mas as lanternas agora invadem a tampa do porta-malas. Outra novidade é o brake light embutido na parte superior da tampa e composto por uma fileira de 24 leds.

De quebra, com a produção do CLC, a Mercedes reativou a planta de Juiz de Fora, que estava ociosa desde 2006. Naquele ano, a minivan compacta Classe A, que era fabricada localmente desde 2000, saiu de linha com o lançamento da nova geração do modelo na Europa. Só que a montadora recebeu incentivos fiscais do Governo Federal para erguer a fábrica mineira, em 1999. E a montagem de um modelo da marca na unidade fabril se tornou obrigatória.

Mecânica e conteúdo de série atualizados

Apesar de manter a base estrutural do antigo Sports Coupé, o Mercedes-Benz CLC não pode ser considerado um carro velho. Muito pelo contrário. Os consumidores de carros de luxo costumam estar sempre ‘antenados’ com as novidades. Por isso, a montadora aprimorou a mecânica e inseriu alguns equipamentos mais contemporâneos no seu esportivo mais ‘básico’. O motor 1.8 litro, por exemplo, é o mesmo que equipa a nova geração do Classe C, que recebeu novos pistões.

A mudança adicionou 28 cv à potência máxima, que passa a ser de 184 cv a 5.500 rpm. O bloco de quatro cilindros em linha e 16 válvulas gera ainda um torque de 25,5 kgfm, disponível inteiro desde os 2.800 giros até os 5 mil rpm. O rendimento forte é obtido com auxílio de um compressor mecânico. Já o gerenciamento do propulsor é feito por um câmbio automático de cinco velocidades, com modo sequencial para trocas manuais.

O CLC tem ainda um conjunto de suspensão moderno, com estrutura McPherson na dianteira, com três braços de alumínio, e do tipo Multilink atrás, com braços múltiplos. Nos dois eixos, os amortecedores a gás são controlados eletronicamente pelo sistema Direct Control, que adapta o conjunto ao tipo de piso ou ao estilo de condução – ficam mais macios, para favorecer o conforto, ou mais rígidos, para suportar uma direção mais agressiva.

O CLC oferece ainda um conteúdo de série farto. Entre os itens de segurança, vêm instalados freios a disco nas quatro rodas com ABS, distribuidor eletrônico EBD e assistente de emergência BAS, controles de estabilidade e de tração, faróis direcionais e seis airbags – duplos frontais de dois estágios, laterais dianteiros e do tipo cortina.

A lista de conforto e conveniência é ainda mais generosa. Há sensores de chuva e de monitoramento da pressão dos pneus, ar digital de duas zonas, direção hidráulica, trio, computador de bordo, controle de cruzeiro, ajustes elétricos de inclinação do encosto e do apoio lombar nos bancos dianteiros, retrovisor interno eletrocrômico e espelhos laterais externos com aquecimento.

Um sistema de áudio com rádio/CD, leitor de MP3, conexão Bluetooth e sistema viva-voz completa o pacote. As informações são exibidas em uma pequena tela no console central. O interior do CLC traz ainda revestimento parcial de couro nos assentos, no volante multifunção e na manopla do câmbio, além de detalhes em alumínio escovado no painel. O cenário é requintado como de praxe nos Mercedes-Benz, mas com o toque de esportividade apropriado ao cupê de entrada da marca alemã.

Primeiras impressões

Como todo cupê que se preze, o Mercedes-Benz CLC tem na esportividade seu principal apelo. E essa aura velocista desperta de imediato uma vontade forte de pisar no pedal do acelerador para ver do que o modelo é capaz. Com a ignição acionada, a primeira resposta é sonora: logo se ouve o ronco agradável do motor 1.8 litro de quatro cilindros em linha e apimentado por um compressor mecânico. O isolamento acústico, sempre eficiente nos carros da marca da estrela, não permite ‘berros’ mais estridentes. Mas o barulho confirma que há bastante energia a ser despejada nas rodas.

O apetite pelo asfalto é comprovado nas primeiras arrancadas. A transmissão automática de cinco marchas com modo sequencial não é das mais modernas – o próprio CLC utiliza o sofisticado câmbio automático 7G-Tronic, de sete marchas, na versão V6 vendida na Europa. Mas mesmo com pequenos delays entre a quarta e a quinta marchas, o cupê médio acelera com vigor suficiente para pressionar as costas dos passageiros nos encostos dos assentos. Isso graças ao torque máximo de 25,5 kgfm, que fica disponível por inteiro durante ampla faixa de giros – desde 2.800 rpm até os 5 mil giros.

Com o test drive curtinho, realizado em um trecho ainda em obras do Rodoanel paulistano, pouco se pôde avaliar em relação à estabilidade. A pista, porém, ofereceu algumas curvas sinuosas. E a sensação foi de se ter o veículo nas mãos, seguro, com grande equilíbrio sobre o asfalto. Apesar de ser o esportivo de entrada da Mercedes-Benz e de ter herdado a estrutura em monobloco do antigo Sports Coupé, de 2001, o CLC exibiu um desempenho compatível com outros modelos ‘apimentados’ da marca. Melhor: o cupê entrega o que promete. Ou seja, diversão ao volante.
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Mais fotos e fonte: Carsale
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