(14-05-2007) - Dia 1º de junho serão comemorados os 40 anos de fundação da AMG, por Hans Werner Aufrecht (o “A” do nome) e Erhard Melcher (o “M”). O “G” veio de Großaspach, local onde nasceu Aufrecht. A primeira oficina foi estabelecida num moinho, em Burgstall. No início a principal atividade era o preparo dos Mercedes-Benz 300 SE. Os sócios se descreviam oficialmente como “especialistas no desenvolvimento, construção e testes de motores para competição”.
Em 1971 vencem em sua categoria a 24 Horas de Spa-Francorchamps, na Bélgica, terminando em 2º na classificação geral. Era a corrida inaugural do 300 SEL 6.8 AMG, equipado com um V8 de 6,8 litros e 434 cv pilotado por Hans Heyer e Clemens Schickentanz. A notoriedade foi imediata, mas no ano seguinte o carro estava fora da nova regulamentação, que estabelecida cilindrada máxima de 5 litros.
Após mudar-se de Burgstall para Affalterbach, a AMG cresce e emprega 40 funcionários. A fábrica opta por participar do Campeonato Mundial de Rali, mas a AMG segue para o asfalto do Campeonato de Turismo Europeu com um AMG-Mercedes 450 SLC. 465 kg mais leve do que o modelo original, de 1690 kg, tinha um V8 de 4,5 litros e 380 cv. Foram várias tentativas até a vitória, no circuito de Nürbürgring, em 1980, sua última prova.
O primeiro cabeçote com quatro válvulas por cilindro para um Mercedes-Benz foi desenvolvido pela AMG. O carro foi o 500 SEC AMG, cujo V8 de 5 litros tinha potência de 345 cv. A velocidade máxima era de 260 km/h: havia um obstáculo a ser superado, o objetivo de Hans Aufrecht.
Era a barreira dos 300 km/h, superada em 1986 pelo Mercedes-Benz 300 E 5.6 AMG. Nos EUA esse carro foi apelidado de “The Hammer” (Martelo) e virou lenda. Em teste realizado pela revista alemã Auto Moto und Sport, chegou a 303 km/h. Era equipado com o V8 de 5.547 cm³ e 365 cv. Detalhe: o carro avaliado era equipado com câmbio automático de quatro marchas.
Daquele modelo derivou o 300 E 6.0 AMG. O V8 teve sua cilindrada ampliada para 6 litros, com a potência chegando aos 390 cv (57,7 kgfm de torque).
Em 1984 foi iniciado o Campeonato Alemão de Turismo (DTM), mas a Mercedes-Benz só entraria dois anos depois, por meio de times privados. Seu retorno oficial às pistas aconteceria em 1988 (abandonara as competições em 1955, após um grave acidente em Monza, Itália). Em 1990 a AMG assumiu oficialmente todas as atividades de desenvolvimento para a Mercedes-Benz e o cenário mudou. No ano seguinte a AMG conquistou o título de Equipe e a MB o de Construtores. Em 1992 foram 16 vitórias em 24 provas. Nesse ano um feito histórico: em um 190 E 2.5-16 Evolution II (quatro-cilindros de 2,5 litros, 380 cv), Ellen Lohr venceu em Hockenheim – até hoje, a única vitória feminina na categoria.
A tecnologia deu um salto em 1994, com a introdução do AMG Mercedes Classe C DTM. O domínio da marca permaneceu, graças ao V6 de 2,5 litros e surpreendente potência de 517 cv obtida a 12.000 rpm. A transmissão era semi-automática de seis marchas, com diferencial de deslizamento limitado e controle de tração. Suspensão controlada por computador era parte do vitorioso pacote.
Um ano antes foi exibido no Salão de Frankfurt o primeiro carro originado da parceria oficial entre a AMG e a Mercedes-Benz. Era o C 36 AMG, equipado com o motor de seis cilindros em linha de 3,6 litros, duplo comando no cabeçote (quatro válvulas por cilindro) e 284 cv. Com suspensão preparada, rodas de 17 pol e câmbio automático de quatro, depois cinco marchas, foi um sucesso de vendas: 5.000 unidades em quatro anos. Foi substituído em 1997 pelo C 43 AMG.
No final de 1997, Bernd Schneider conquistou o título de pilotos no DTM. Para celebrar a conquista, a Mercedes preparou uma versão de rua do CLK-GTR, em série especial limitada a apenas 25 unidades . Além de belíssimo, trazia sob o capô um V12 de 6,9 litros e potência de 620 cv. Por suas características e raridade, tornou-se outro mito sobre rodas.
Em 1999, 32 anos depois de sua fundação, a AMG passa a se chamar Mercedes-AMG e torna-se oficialmente uma parte da fábrica alemã. Aquele ano teria outra surpresa: o mais poderoso roadster já construído, SL 73 AMG. Seu motor era uma variação do que equipava o CLK-GTR, tinha 7,3 litros de cilindrada e 532 cv, com 76,5 kgfm de torque. Esse motor ainda é fabricado e equipa o esportivo italiano Pagani Zonda.
Após a associação a AMG diversificou sua atuação para outras áreas. Já em 2000 o modelo de maior sucesso foi o utilitário esporte ML 55 AMG, que passou das 4.500 unidades vendidas em todo o mundo. O SUV de luxo era equipado com motor V8 de 5,4 litros e 352 cv. Atingia 232 km/h de velocidade máxima e ia de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos. Isso tudo pesando 2.160 kg. Suspensão foi revista e interior ganhou detalhes esportivos.
No ano seguinte as vendas chegaram a 18.700 unidades em todo o mundo. O mais vendido agora seria o C 32 AMG (3.800 carros). Com a versão perua e o roadster SLK 32 AMG, estreava o câmbio Speedshift de 5 marchas, com trocas seqüenciais pela alavanca. O motor era um V6 de 3,2 litros com compressor e potência de 354 cv – mais do que dispunha o V8 do C 43 AMG (306 cv). Torque máximo era de 46 kgfm.
Seu desempenho era surpreendente para um V6: velocidade máxima limitada a 250 km/h, mas aceleração brutal de 0 a 100 km/h em apenas 5,2 segundos. Também em 2001 a Mercedes-AMG apresentaria o SL 55 AMG, com um V8 de 5,5 litros e 483 ou 507 cv (havia duas versões). O torque máximo era de poderosos 71,4 kgfm. Velocidade máxima era limitada (250 km/h), mas o belo dois-lugares fazia 0-100 km/h em 4,7 segundos.
Os números vendas dos modelos AMG permaneciam crescentes, passando das 20 mil unidades em 2003. Em 2004, já com 650 empregados, a Mercedes-AMG apresentou o G 55 AMG, além do SL 65 AMG e do SLK 55 AMG. O jipão era também equipado com o V8 de 5,5 litros/483 cv, com compressor. A preparadora conferiu características singulares, como vigorosa aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 5,6 segundos e máxima limitada a 210 km/h.
Naquele mesmo ano a Mercedes-AMG lançou outra série especial limitada. Eram apenas 100 unidades do CLK-DTM AMG, versão de rua do modelo que dominou o campeonato de turismo alemão no ano anterior (Bernd Schneider ao volante). Seu motor era também um V8 de 5,5 litros, potência de 590 cv e torque máximo de 81,5 kgfm. A aceleração 0-100 km/h acontecia em 3,9 segundos e a máxima era restrita – agora, a 320 km/h.
Em 2005, além do CLS 55 AMG, do A 200 Turbo e da nova versão ML 63 AMG, o CLK-DTM ganhou versão conversível preparada pela AMG. Novamente limitada a 100 unidades, a série teve como garoto-propaganda o finlandês Mika Häkkinen, contratado como piloto para o DTM. Era também equipado com o V8 de 590 cv, mas sua performance era pouco inferior: 0-100 em 4 segundos e máxima (limitada) de 300 km/h.
Para 2006 a Mercedes-AMG preparou uma intensa ofensiva, apresentando 10 modelos durante o ano. Entre eles, o superesportivo SLR McLaren, que ganhou versão Roadster no começo deste ano. Na verdade, o modelo foi desenvolvido pela equipe inglesa, a AMG apenas fornecendo o V8 de 5,5 litros e 626 cv/79 kgfm. Sua carroceria é feita de fibra de carbono e os discos de freio são de cerâmica. 0-100 em 3,8 segundos e máxima de 330 km/h (o cupê vai além).
Com mais de 750 funcionários, a Mercedes-AMG começou 2007 lançando o CL 65 AMG, o novo AMG-Mercedes C para o DTM e o CLK 63 AMG Black Series. Para comemorar seus 40 anos, a divisão especial escolheu o CL 65 AMG “40th Anniversary”, em série limitada a apenas 40 unidades com opção da cor que imita alumínio polido. É equipado com o V12 biturbo de 6 litros, potência de 620 cv e torque de 102 kgfm. A máxima é limitada a 250 km/h, mas o carrão de 2.240 kg faz 0-100 km/h em 4,4 segundos.
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