Volta rápida: Mercedes SLS AMG Black Series

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Mensagem por MARQUES Sex 31 maio 2013 - 22:44



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Um dos últimos suspiros dos superesportivos da maneira como os queremos (e amamos)
É uma bela e alaranjada tarde de fim de inverno. Estamos em um hiato de silêncio no pitlane do autódromo de Paul Ricard, na França. Enquanto caminho rumo à porta esquerda erguida ao céu do SLS Black Series, é impossível não me lembrar da Fórmula 1 dos anos 1980 – época na qual as únicas assistências que os carros poderiam prestar a seus pilotos eram a velocidade e alguma confiabilidade. Este asfalto foi pintado pela borracha de nomes como Prost, Senna, Piquet, Mansell, Lauda. É um templo.

Vestido com o capacete, preciso entrar com cuidado no SLS, pois o teto é bem baixo. Puxo a alça interna da porta com a mão esquerda e logo repouso meu indicador direito sobre o botão de partida. Antes de apertá-lo, um breve suspiro e uma recapitulação mental sobre o que estava prestes a acontecer: os 3.841 m de Paul Ricard (no traçado utilizado para a avaliação), 631 cv e relação peso-potência de 2,45 kg / cv – a melhor da história dos AMG de rua e similar à da Ferrari 458 Italia (2,42 kg/cv). Aperto o botão e sou atendido por um urro grave e rouco – a assinatura sonora dos V8 da AMG.

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O sobrenome Black Series da SLS significa que ele tem mais potência e menos peso. São 1.550 kg, ou 70 kg a menos: capô e carcaça do eixo-cardã de fibra de carbono, bateria de íons de lítio, escape de titânio e freios de carbono-cerâmica são os principais elementos da dieta. Ele também é 61 cv mais potente que o seu irmão de série, por conta dos comandos de válvulas mais bravos e de uma série de aperfeiçoamentos de fluxo. Em resumo, é a versão preparada de um carro que já nasceu preparado. Mas este parágrafo conta só uma parte da história.

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Hipnose acústica

A reta dos boxes é relativamente curta e é devorada sem qualquer tipo de cerimônia pelo Mercedes. A cada troca de marcha, minha nuca é esmurrada contra o encosto do banco-concha (certo, você já ouviu essa história milhares de vezes). O velocímetro atropela a escala dos 200 km/h como se não houvesse resistência mecânica ou aerodinâmica – mas o que mais impressiona é o berro eletrizante do V8 6.2 a 8.000 rpm. É 1.200 rpm mais alto que o giro de potência máxima do SLS comum, de 571 cv. Quando a agulha do conta-giros se aproxima da redline, você é teletransportado para uma dimensão paralela.


Ao frear forte para a La Bretelle, trecho com duas dobras de quase 90° à direita contornadas em 2ª marcha, duas impressões são arremessadas em minha cara: a resposta monstruosa (e ao mesmo tempo, sensível) dos freios de carbono-cerâmica (40% mais leves que o conjunto original) e o mapeamento mais agressivo do acelerador nas sincronizações feitas nas reduções de marcha – os estalos e pipocos do escape me fazem sentir num carro da GT3. A frase óbvia “carro de corrida com permissão para rodar na rua” faz todo o sentido neste Black Series.

Na segunda perna da Bretelle, monto na zebra do lado de dentro – a suspensão, 50% mais firme na dianteira e 42% na traseira, absorve o impacto de forma seca e sem titubear, como em um bólido de competição. O SLS já tinha pouca rolagem de carroceria – o Black Series leva isso ainda mais adiante, ajudado também pelas bitolas mais largas (20 mm na frente e 24 mm atrás), que reduzem a transferência lateral de peso.

Voilá! Já estou na épica reta Mistral a 220 km/h, enloquecendo e vibrando a cada vez que o conta-giros chega a 8.000 rpm. E, digo mais: não houvesse o “S” alternativo no meio dela, estaríamos a quase 300 km/h no ponto de freada para a Signes, uma longa curva à direita similar ao Laranjinha de Interlagos, mas aqui contornada a cerca de 170 km/h.

Na Signes, uma grande diferença dinâmica para o SLS comum dá as suas caras: o sistema de diferencial. Além da relação final 20% mais curta (que transforma as retomadas em murros com luvas de concreto), o Black Series usa bloqueio controlado eletronicamente. Assim, ele pode deixar o sistema totalmente aberto, eliminando a saída de frente causada pelo autoblocante comum na entrada de curva. E aí, na hora de reacelerar, ele pode bloquear até 60% da tração: você traciona feito um tigre faminto.

Então ele freia muito, contorna curva pra cacete e traciona demais? É fácil ser veloz com o Black Series, portanto? Este é o mais doce engano desta história.

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Na ponta dos dedos

A característica mais encantadora – e perigosa – do SLS Black Series é o fato de que ele não é tolerante a babacas. Especialmente no modo Sport Plus, você realmente deve tratar o acelerador e o volante com carinho – com agilidade, mas com suavidade. Além do mapeamento do controle de estabilidade e tração ser muito mais voltado ao desempenho em pista que no SLS comum (entenda isso como “a responsa é tua!”), ele usa pneus bem maiores, característica que diminui os avisos do limite de aderência: 275/35 R19 é a medida da frente, meu caro. Atrás, a pata é 325/30 R20!

Quer mais? Os pneus são Michelin Pilot Sport Cup 2 – evolução dos sapatos utilizados pelo recordista de Nürburgring Nordschleife, o Viper ACR. Eles são conhecidos pelo “fio da navalha”: há um maremoto de aderência, mas basta passar um pouco da medida para que punam o piloto com uma bela escorregada. Se isso acontecer, você não vai perder o controle (a não ser que seja estúpido), mas vai perder tempo.

Com tudo isso, o SLS Black Series passa um recado à moda antiga: ele é daquele tipo que exige a participação do piloto como membro essencial do tempo de volta rápido. Não é daqueles carros pasteurizados, velozes, mas monótonos, cuja eletrônica nivela por baixo e transforma o motorista em uma espécie de rainha da Inglaterra.


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Aspiração romântica

Neste carro, você se sente no comando da ação, vivo, conectado ao conjunto mecânico. O que ele proporciona é bem mais do que números e cifras de supercarros (0 a 100 em 3,6 s, 315 km/h de velocidade máxima e preço estimado para o Brasil de R$ 1 milhão, com chegada prevista para o fim deste ano): o SLS Black Series fornece a experiência definitiva de pilotagem. Puro sabor, sem filtros – o extremo oposto do Audi R8.

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Prova da atitude purista deste Mercedes-Benz veio no dia seguinte, quando perguntei a Ola Kallenius, o big boss da AMG, se veríamos o M157 no cofre do motor do próximo SLS. Este é o código do eficaz e potente V8 5.5 biturbo que está nos S63, CLS63, ML63 e que recentemente foi adotado pelo E63 AMG. A resposta tinha tom de resistência quase romântica: “Não, jamais! O motor do SLS vai ser sempre aspirado, faz parte de sua essência!”. Em um mundo que marcha sob o ritmo da paranoia ambientalista, o SLS é o canto do cisne. É um dos últimos sinais dos superesportivos como sempre os conhecemos e amamos – sem motores elétricos, sem eixos traseiros esterçantes, sem mordaças de censura dinâmica. Que este canto de 8.000 rpm dure por muitos anos. Nem que seja apenas em nossas memórias.
Fonte - Car and Driver

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Mensagem por A.Carneiro Sex 31 maio 2013 - 23:06



Mandou bem o cara da reportagem. Basketball
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Volta rápida: Mercedes SLS AMG Black Series Empty Re: Volta rápida: Mercedes SLS AMG Black Series

Mensagem por generalbol Sáb 1 Jun 2013 - 1:27



Não gostei da justificativa Big boss da AMG por não usar o M157 na SLS, aqui no Brasil ainda existe unidades 0km depois que a SLS tomou pau da CLS nos track days a procura diminuiu.
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Volta rápida: Mercedes SLS AMG Black Series Empty Re: Volta rápida: Mercedes SLS AMG Black Series

Mensagem por Joey Sáb 1 Jun 2013 - 9:57



O que nunca entendi êh porque a Black Series não são todas Black !! Rsrsrs
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